Ele estava indo para o trabalho. Um emprego num jornal local que não o satisfaz pessoalmente, nem financeiramente, mas que o mantém durante há algum tempo. Com passos largos e calmos acompanha a multidão. Quando direciona seu olhar para frente, entre uma pessoa e outra, ele avista uma garota, exatamente na sua direção.
Ela, uma imigrante. Não estava indo ao trabalho, pois exerce uma função no mercado informal. Talvez estivesse somente a passeio aquela hora da manhã, mas o fato importante é que ela também o vê.
De repente, as luzes, que estavam vermelhas, se apagam. Depois ficam verdes, e como conseqüência os carros retornam a movimentar. As pessoas param instintivamente, e formam-se aglomerações de lados apostos.
Ela, desatenta, continuou seu caminho. Foi atropelada por um carro que seguia os comandos luminosos. O jornalista, preocupado, corre. Socorre a garota que segundos atrás havia trocado olhares. Foi o primeiro a tentar salvar a moça, que com um “Oi, estranho” estabelece uma conexão forte com o rapaz.
Nesse cruzamento, num dia qualquer, ao som de “Blower's Daughter” começa essa história especial, que pode ser contada por qualquer um.
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