Às vezes me pergunto até onde vai a tecnologia.
É difícil imaginar coisas mais inovadoras do que as que já possuímos ou as que temos em mente. Eu particularmente cresci junto com a popularização dos computadores. Quando eu era criança quem tinha um PC era tratado diferentemente do ‘resto’. Aula no ‘Laboratório de Informática’ era ovacionada por todo mundo. Ao entrar na sala parecíamos estar cruzando a fronteira final, o limite entre ser homem e criança, mesmo que fossem para usar programas ‘chulos’ ou brincar na ‘casa maluca’*.
Lembro que depois de comprarmos um PC usado usava ele pra tudo, passava tardes e tardes sentado defronte dele revirando as pastas com arquivos totalmente desconhecidos, jogando alguns jogos que pra mim era o o mais real possível (mal sabia eu que teríamos jogos com mais do que 256 cores). Esperávamos ansiosos pelo fim de semana pra podermos conectar na internet da IG, explorávamos um mundo totalmente desconhecido mas, mesmo sendo uma coisa inédita, já sentíamos a sua lerdeza.
Anyway, junto com meu início de adolescência os preços da internet banda larga se popularizaram mais e começou a era dos chats e dos ‘messengers’. Conhecer pessoas de lugares totalmente inimagináveis, que certamente nunca iremos em toda nossa vida era algo realmente excitante. Não ter que estar lá, olhar nos olhos das pessoas, mas mesmo assim desfrutar de uma boa conversa, essa era a proposta.
Desde então essa era ainda reina e, ao que parece, cada vez mais forte. Mais e mais pessoas aderem cada dia aos ‘relacionamentos’ virtuais (entenda como relacionamento não só os amorosos). A própria tecnologia parece ser desenvolvida para ajudar essa ‘nova’ tendência.
Com certeza, tudo isso contribui e muito em diversas áreas da cultura pessoal. Não vamos discutir os benefícios de toda essa globalização das relações.
Entretanto, eu temo em sentir falta daqueles tempos em que conversar com alguém era só pessoalmente ou por telefone. Por ter crescido acompanhando esse desenvolvimento das tecnologias de comunicação, sinto falta da época que não vivi, a época em que se você quisesse falar com seus amigos vocês marcavam e saíam em conjunto e conversavam ali com todos presentes. Ou mesmo quando quisesse falar com alguém em particular chamava-o pra sair, pra sua casa, ou pra qualquer outro lugar, ou mesmo usava o telefone. Não estou dizendo que essas coisas não acontecem ultimamente, porém não com a intensidade e com o sentido que era usado antigamente. Enfim, tenho saudade dessa época que não vai voltar mais e não tive a oportunidade de viver, uma época mais presencial.
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